quinta-feira, 2 de abril de 2015

Teóricos para conhecer: Henri Wallon

Boa noite!


Hoje a postagem é dedicada a biografia de um teórico importante acerca do desenvolvimento: Henri Paul Hyacinthe Wallon.




Henri Wallon (1879-1962)


Conhecido por Wallon, nasceu em Paris, na França em 1879. Graduou-se em medicina, psicologia e filosofia; atuou como médico na Primeira Guerra Mundial e em 1925 criou um laboratório de psicologia biológica da criança. Dentro de suas várias participações em movimentos e na sociedade, Wallon destacou-se em sua atuação por mudanças estruturais no sistema educacional francês e coordenou o projeto Reforma do Ensino - conjunto de propostas equivalentes à nossa Lei de Diretrizes e Bases. Nela, está escrito que nenhum aluno deve ser reprovado numa avaliação escolar.


O que o tornou conhecido mundialmente foi sua participação nas teorias sobre a Psicologia do Desenvolvimento. Wallon dedicou-se ao psiquismo humano, mais precisamente voltado à infância. Assim, sua teoria perpassa a ideia de que o processo de aprendizagem é dialético, ou seja, não se deve postular verdades absolutas, mas sim, auxiliar caminhos para as possibilidades. Para Wallon, o desenvolvimento ocorre à mesma maneira que Piaget, mas, através de um processo onde a criança oscila entre afetividade e inteligência. Também afirma que a cognição é importante, mas não mais do que a afetividade ou a motricidade.

Para ele, a cognição está alicerçada à quatro campos funcionais: movimento, afetividade, inteligência e a pessoa.


Movimento: O movimento seria um dos primeiros campos funcionais a se desenvolver, e que serviria de base para o desenvolvimento dos demais. Wallon dá especial ênfase ao movimento como campo funcional porque acredita que o movimento tem grande importância na atividade de estruturação do pensamento no período anterior à aquisição da linguagem.



Afetividade: A afetividade, por sua vez, seria a primeira forma de interação com o meio ambiente e a motivação primeira do movimento. À medida que o movimento proporciona experiências à criança, ela vai respondendo através de emoções, diferenciando-se, para si mesma, do ambiente. A afetividade é o elemento mediador das relações sociais primordial, portanto, dado que separa a criança do ambiente.



Inteligência: Na obra de Wallon, inteligência tem um significado bem específico, estando diretamente relacionada com duas importantes atividades cognitivas humanas: o raciocínio simbólico e a linguagem. À medida que a criança vai aprendendo a pensar nas coisas fora de sua presença, o raciocínio simbólico e o poder de abstração vão sendo desenvolvidos. 



Pessoa: Wallon dá o nome de pessoa ao campo funcional que coordena os demais. Seria este também o campo funcional responsável pelo desenvolvimento da consciência e da identidade do eu.



Assim como na teoria piagetiana, a teoria de Wallon também propõe uma série de estágios do desenvolvimento mas, diferentemente daquele, não se limitando ao aspecto cognitivo.

São eles: Estágio impulsivo-emocional, estágio sensório-motor e projetivo, estágio do personalismo, estágio categorial, estágio da adolescência.

"O indivíduo é social não como resultado de circunstâncias externas, mas em virtude de uma necessidade interna". 
Henri Wallon



Referências bibliográficas:

http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/henri-wallon-307886.shtml
http://pt.wikipedia.org/wiki/Henri_Paul_Hyacinthe_Wallon

Um comentário:

  1. Interessante publicação!! A afetividade, segundo Wallon a explica, mostra sua relevância em diversos aspectos da vida do ser humano. Uma das importantes discussões é a relação entre afetividade e aprendizagem. Este foi o tema de uma pesquisa por mim desenvolvida, junto ao Prof. Dr. Sérgio Leite, da Faculdade de Educação da UNICAMP. Deixo aqui o link para o artigo publicado: http://periodicos.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/reveducacao/article/view/2852/1954

    Caso interesse, mantenho também um blog sobre educação e tecnologias digitais: http://tecsedu.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir